O ex-policial Derek Chauvin, que matou George Floyd ao prensar o pescoço da vítima com o seu joelho por mais de nove minutos em maio do ano passado, foi sentenciado a 22 anos e meio de prisão nesta sexta (25).
Chauvin, 45, já estava detido em um centro penitenciário do estado de Minnesota desde meados de abril, quando foi condenado pela morte do ex-segurança negro. Ele também foi preso no ano passado, poucos dias depois do crime, mas deixou a cadeia após pagar fiança de US$ 1 milhão.
A sentença de 22 anos e meio se refere às três acusações pelas quais o ex-agente foi condenado: homicídio em segundo grau, homicídio em terceiro grau e homicídio culposo em segundo grau.
“A sentença não é baseada em emoção ou na opinião pública. Mas quero destacar a dor que a família de Floyd está sentindo”, declarou o juiz Peter Cahill ao proferir a sentença.
Durante a audiência, o procurador-geral assistente de Minnesota, Matthew Frank, reforçou que Chauvin usou força desproporcional contra um homem que clamava por sua vida. Enquanto era asfixiado, Floyd repetia a frase “não posso respirar”. “Floyd foi tratado com crueldade. Todos vimos”, disse o procurador.
Ele acrescentou que crianças e jovens de 9 a 17 anos assistiram à violência, o que agrava o caso.
O advogado de defesa, Eric Nelson, argumentou que a condenação se deu em meio a um momento polarizado socialmente e que a Justiça não deveria ser contaminada pela opinião pública.
“Minha esperança sincera é a de que, quando a poeira baixar, o impacto na comunidade traga um debate de princípios e deixe um efeito positivo em Minneapolis e nos Estados Unidos.”
Familiares de Floyd também foram ouvidos. Brandon Williams disse que a morte do tio demonstrou a total falta de consideração pela vida humana. “O repentino assassinato nos traumatizou para sempre. Vocês podem nos ver chorar, mas toda a extensão da nossa dor e do nosso trauma nunca será vista a olho nu.”
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