O interesse dos deputados federais em viabilizar continuidade no quadro de eleitos ficou bem nítido na votação para o retorno das coligações partidárias nas eleições proporcionais (para deputados federais, estaduais e vereadores) na quarta-feira (11).
Em Goiás, com os debates de composição de chapa para o pleito do ano que vem, antes de a proposta se tornar algo palpável no debate político, deputados se dispunham ao desembarque de siglas para facilitar a eleição – ou reeleição, claro. A aprovação ocorreu no plenário após comissão especial, onde foi rejeitado o “distritão”. P
or se tratar de uma mudança constitucional, a votação precisa ser feita em dois turnos – com 308 votos a favor na Câmara. Depois a proposta será enviada ao Senado. Como a relação entre deputados e senadores anda bem azeda, é possível que seja engavetada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Pelo menos acerca do “distritão” Pacheco havia deixado claro que não moveria nada para conseguir os votos necessários.
A intenção dos deputados é não repetir a agonia das eleições municipais, onde nomes bem votados não foram eleitos – nem reeleitos – por conta do modelo implantado como teste em 2017. Em Goiânia, por exemplo, candidatos bem posicionados nas urnas não assumiram o cargo por causa do quociente partidário. Entre eles, o influencer Bill Guerra Mochillink (PSL), com 4.421 votos; o policial Fabrício Rosana (Psol), com 4.299; e a ex-vereadora Priscilla Tejota (PSD), com 4.156.
Para isso, os deputados correm contra o tempo para aprovar as mudanças até o início de outubro para que as regras sejam aplicadas nas eleições do ano que vem. Especialistas em processos eleitorais concordam que a proposta trata-se meramente de legislar em causa própria. “Acabar com a regra é importante [aos partidos]. Fortalece as siglas e evita que candidatos com mais votos não sejam eleitos”, afirma o cientista político Luiz Carlos Fernandes.
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