O presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que não vai interferir na política de preços da Petrobras, depois da nova alta anunciada, de 7,2%, que vale a partir de hoje para as refinarias.
“Tenho falado com Paulo Guedes, não basta a economia, você tem que ter viés político”, disse Bolsonaro, que participou da 1ª Feira Brasileira do Nióbio, em Campinas (SP). Apesar disso, ele afirmou: “Não tenho poder sobre a Petrobras. Já tivemos experiência de congelamento no passado”.
O chefe do Executivo deu as declarações ao ser questionado sobre medidas para conter o preço dos combustíveis, principal vilão da inflação, que chegou a 10,25% no acumulado em 12 meses, maior índice registrado desde 2016, além das negociações do Auxílio Brasil, programa social que substituirá o Bolsa-Família.
Mais cedo, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que outros países estão sofrendo com inflação ainda maior. Citou que o preço do gás no Reino Unido subiu 300% nos últimos meses e 200% em média na Europa e que alguns países do continente passam por desabastecimento.
“Um dos países que menos sofreram na economia com a pandemia fomos nós. Aí fora, a Inglaterra, 300% de aumento do gás. 200% em média na Europa. Alimentos em falta lá. Não é apenas inflação. O pessoal reclama daqui, mas aqui estamos pagando aquela do fique em casa, a economia a gente vê depois. Eu falei que não podia fazer isso. Mas a gente tá recuperando aí”, disse.
Bolsonaro pretende permanecer em Campinas neste feriado prolongado e retornar a Brasília na quarta-feira. Foi o que ele disse a um grupo de apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, na manhã de ontem. Com apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o governo pretende alterar a incidência do ICMS, que é imposto estadual, sobre os combustíveis, mas enfrenta resistência de governadores.
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