Em julho, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) apresentou a avaliação de 750 pacientes que ficaram internados no primeiro semestre de 2020
“As experiências anteriores com outras viroses respiratórias davam a impressão de que a covid-19 se restringiria ao sistema respiratório, aos pulmões. Mas vimos uma doença que, de cara, se mostrou sistêmica: o vírus circula no corpo e acomete qualquer órgão”, afirma Carlos Carvalho, diretor da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração (Incor).
“Dependendo do grau de acometimento dos órgãos, há lesões agudas, e o que não esperávamos é que tais lesões não iriam cicatrizar de forma adequada. Muitas cicatrizam de forma exagerada e deixam sequelas. A partir daí, temos de desenvolver métodos para diagnosticá-las, fazer intervenção e, eventualmente, tratá-las”, explica Carvalho.
Em julho, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) apresentou a avaliação de 750 pacientes que ficaram internados no primeiro semestre de 2020. Após um ano, 60% deles apresentam sequelas como falta de ar, fraqueza, fadiga e dificuldade de concentração e memória. O acompanhamento deve durar quatro anos.
São problemas que ganham contornos ainda mais graves quando somados a uma outra sequela comum: a instabilidade emocional.
Em condições cognitivas e emocionais instáveis, o processo de reabilitação torna-se ainda mais difícil. Frente a uma doença que acomete todos os órgãos e sistemas, o caminho é o tratamento multidisciplinar, dentro de uma mesma abordagem terapêutica.
Fonte: Notícias ao Minuto
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