Estudo mostra que uso indiscriminado de antibiótico em pacientes de COVID-19 acelera surginentos de superbactérias
Um novo estudo, conduzido por um pool de universidades britânicas mostra que o uso indiscriminado de antibióticos, em pacientes de Covid-19 favorece o surgimento de variantes bacterianas resistentes a tratamento, as chamadas “superbactérias”. Isso acontece por conta que as bactérias que sobrevivem ao remédio se multiplicam passando para frente os genes que fizeram resistir.
Verificou-se que cerca de 13% dos pacientes de Covid têm de fato coinfecção com alguma bactéria, porém, antibióticos estavam sendo recebidos para uma proporção muito maior. Uma parcela de 37% daquelas tomadas tomaram algum antibiótico para o tratamento, e entre os hospitalizados uma taxa foi de 85%. O uso antibiótico foi maior durante março e abril de 2020, mas caiu durante maio.
Publicado na revista médica The Lancet Microbe, a conclusão limitada partiu de um trabalho com mais de 48 mil pacientes, apenas no Reino Unido, mas tem globais, dizem os autores. Com isso, os autores recomendam restringir a prescrição de antibióticos sem um diagnóstico confirmado de coinfecção. Um dos antibióticos para os quais os pesquisadores alertam sobre abuso no estudo é a azitromicina.
No caso do Brasil, o uso indiscriminado pode vir a se mostrar particularmente preocupante, já que o medicamento faz parte do “kit de tratamento precoce” para o Covid-19.
(Jornal do Vale).
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