Por Felipe Miranda, Socientifica
Com informações de PNAS
Estudo foi publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences.
Existe uma enorme anomalia no campo magnético da Terra, bem acima de uma região da América do Sul, e também pega uma parte da África, como você pode ver na imagem acima.
A anomalia, que está crescendo, é monitorada pela NASA. Isso, é claro, não significa o apocalipse, mas não deixa de ser um problema. Pode ser algo bastante ruim, principalmente de continuar crescendo.
Uma anomalia do campo magnético da Terra significa que, naquela região, a intensidade do campo é menor. E você deve estar pensando: “mas por que isso me afetaria se eu nem ligo pra esse campo magnético?”.
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Bom. O campo magnético é, basicamente, uma das características da Terra mais importantes para possibilidade da existência da vida, por dois trabalhos principais que esse campo desempenha.
O primeiro é que o espaço é muito radiativo. Somos bombardeados por radiação solar e de diversos outros locais. O campo magnético barra grande parte dessas ondas eletromagnéticas, que em excesso podem ser muito prejudiciais para os seres humanos.
O campo magnético da Terra está mais concentrado nos polos norte e sul. Imagem: Elen / Alamy
O segundo papel também tem a ver com isso. Esses raios perigosos são chamados, na física, de raios ionizantes. Isso significa que eles são capazes de transformar um átomo em um íon, ou seja, retirar elétrons do átomo.
Além de serem cancerígenos (por isso os raios ultravioleta são perigosos), eles podem destruir a atmosfera. E é por isso que Marte só tem !% da densidade da atmosfera terrestre – seu campo magnético já se foi.
O campo magnético é formado com a movimentação do ferro e níquel dentro da Terra. Marte é quase dormente nesse quesito, e seu quase insignificante campo magnético é gerado pelas interações dos próprios ventos solares.
Observações da NASA
Uma das maiores preocupações com relação aos ventos solares é sobre a tecnologia. Os equipamentos eletrônicos poderiam ser destruídos no caso de uma tempestade solar muito forte – e os satélites seriam os mais afetados. Esse deve ser, portanto, o principal motivo que leve a NASA a ficar tão atenta.
Para entender o enfraquecimento, devemos nos aprofundar um pouco mais nos assuntos. Ali em cima eu havia falado que é o ferro e o níquel que geram o campo magnético, correto? Bom, isso não está totalmente correto.
“O campo magnético é na verdade uma superposição de campos de muitas fontes atuais”, explica em um comunicado o geofísico Terry Sabaka, da NASA. Ele se refere às outras fontes de magnetismo.
Conforme o Serviço Geológico do Brasil, outras fontes, como os próprios ventos solares, rochas magnetizadas na superfície da Terra, por exemplo, correspondem a cerca de 10% do campo magnético da Terra.
E é esse o ponto. O campo dipolo, ou seja, aquele campo causado pelo ferro e níquel derretido, pode estar se enfraquecendo. “A SAA observada também pode ser interpretada como uma consequência do enfraquecimento da dominância do campo dipolo na região”, explica Weijia Kuang.
A perturbação parece estar se dividindo em duas bolhas. Um estudo publicado em agosto de 2020 percebeu que isso pode ser os primeiros sinais de um fenômeno recorrente: a inversão magnética.
A inversão magnética ocorre quando os pólos magnéticos de invertem ao ponto de o sul ficar onde hoje é o norte magnético, e já estamos vendo essa mudança lentamente. Entretanto, essa anomalia pode significar uma mudança mais rápida do que esperamos, gerando diversas instabilidades no campo magnético.
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