A SÍNDROME DA BUNDA SUJA

 A SÍNDROME DA BUNDA SUJA

Nunca gostei de gente que fica contando piadas dentro de hospitais, porque, as vezes, arranca risos de quem está com o coração partido.

Mas, li no processo da Ptolomeu, que a PF desconfia que o governador do Acre sabia da operação, por isso decretou ponto facultativo, pra 'dificultar' a entrada dos policiais, como se a polícia precisasse de porta aberta pra entrar em qualquer prédio. Ou como se a maioria das "visitas" não tivesse ocorrido em prédios residenciais.

Aliás, a polícia já entrou em casas onde havia pessoas com COVID, com problemas cardíacos graves, idosos com síndrome do pânico, pessoas cirurgiadas, crianças autistas. E o Congresso Nacional nunca aprovou uma lei, para que a polícia pudesse ter a obrigação de saber dessas situações clínicas em qualquer casa que entra, porque casas de suspeitos não são presídios. Ainda não estão condenados. Até esses têm garantias constitucionais.

E não adianta discurso velho de que isso vai contra a inteligência e o sigilo policial, porque é possível obter dados clínicos dos cidadãos através das instituições públicas afins.

Segue a cartilha do justiçamento. Massificam que o governador ficou mais rico em meia dezena de milhões e não dizem que ele e a família têm patrimônio de mais de um bilhão de reais. E todo o Acre sabe disso.

No processo, aonde aparece citações ao governador, não há recursos públicos do Acre envolvidos, mas, nenhum opositor tem a decência de reconhecer e manifestar isso.

Li também no processo, que a investigação começou em 2015, quatro anos antes de Gladson Cameli se eleger governador. Mas, seguem escrevendo acusações, sem levar em conta informações como essa e como se o juiz já tivesse se pronunciado.

Aqui no Acre, né, porque lá em São Paulo, na Bahia, 'na casa deles', estão pedindo cuidado com essas operações em período pré-eleitoral e que ninguém sofra linchamento político, que tenham direito à presunção de inocência e à ampla defesa, até julgamento final. É a síndrome da bunda suja, que grudou em setores da esquerda e da direita, são irmãs siamesas. Jesus usava outro nome: túmulos caiados.

O perigo é quando constroem uma versão, pra convencer a opinião pública. Depois que a Justiça comprovar o contrário, aí já destruíram famílias, empregos e até mataram pessoas.

Mataram Carlos Sassai e Marisa Letícia. E nem inquérito foi aberto pra apurar responsabilidades. E, alguns, parece que não aprenderam com essas terríveis perdas. Ou nunca foram o que pareciam ser. Pior mesmo é quando se juntam os que mataram e os que perderam amigos ou entes queridos, tudo em nome do poder.

Mas, esse é o Brasil que Cabral nos deu: o cara que pega a vaga do deficiente físico no estacionamento, que não paga o imposto, que faz gato na residência, que bate na mulher, que fura o sinal de trânsito, que pega dinheiro de político sem nota e não declara, que atravessa mandatos fazendo rachadinha, que tem processos na justiça por caixa dois, superfaturamento e até obstrução da justiça, mas, se acha no direito de berrar nas redes sociais que seu adversário político é chefe de quadrilha.

Mas, vamos resistir, vamos preparar o bom combate, democrático, sólido, sereno, mas, firme e organizado. Se querem manter a operação no palco da política , então, vamos abrir as portas do IML.

Quem estiver com Gladson, vamos pra luta!  COMPARTILHE

Moisés Diniz é presidente do Solidariedade/Acre